Dune: Um buffet de cor e de música
Antes de mais gostaria de começar por pedir desculpa pela demora, mas infelizmente tem sido impossível ser mais regular nos textos.
Saliento também que, por diversas razões, nunca tive a possibilidade de ler a obra que dá origem a esta adaptação. Vi apenas a adaptação de 1984, sobre a qual não me quero alongar muito. Esse filme, por mais fantástico que tenha sido o elenco (que contava, por exemplo, com Patrick Stewart), nunca me pareceu dos melhores trabalhos de David Lynch.
Denis Villeneuve foi o escolhido para uma nova tentativa de adaptar a obra. O canadiano recebeu também autorização para dividir em duas partes a sua adaptação (é por isso que, no início, temos Dune: Part One). A Warner Bros conseguiu também reunir um elenco recheado de excelentes actores: Timothée Chalamet (The King), Oscar Isaac (Star Wars), Josh Brolin (Avengers), Jason Momoa (Aquaman), Dave Bautista (Guardians of the Galaxy) e Stellan Skarsgard (Chernobyl) são alguns exemplos. A música ficou encarregue a Hans Zimmer e, mais uma vez, só posso tecer elogios ao alemão.
A música, já que estamos com a mão na massa, roça o genial. Com uma série de sons e padrões comuns para implementar o tom do filme Zimmer consegue ao mesmo tempo compor temas para os diferentes mundos, diferentes casas, diferentes personagens e diferentes acções. Não é um empreendimento fácil. É também, provavelmente, uma das menos melódicas criações de Hans Zimmer. Menos ainda do que em Dunkirk.
O ponto menos forte do filme está nas prestações dos actores. Não me entendam mal todas elas estão a um nível altíssimo, e em muitos dos actores estamos a ver as melhores prestações das suas carreiras, mas não há nenhuma que sobressaia. Nenhuma delas é, infelizmente, fora de série. Gostava que Javier Bardem, que interpreta Stilgar, tivesse um pouco mais de exposição mas parece que vou ter que esperar pela segunda parte.
Dune já está nos cinemas por todo o país e tem, sem dúvida alguma, o meu selo de aprovação. Vai figurar certamente entre os melhores filmes do ano e será candidato a diversos Óscares. Uma aposta ganha para a Warner Bros. e uma mais valia para o cinema numa altura em que boas ideias e boas execuções são cada vez mais raras.
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