Homens de Família
Quem não conhece este filme não vive neste planeta. Pode até nunca ter visto a trilogia nem lido o romance mas, tal é a quantidade de referências que existem a isto que é impossível alguém nunca se ter cruzado com "O Padrinho".
Mario Puzo escreveu o romance editado em 1969 e Francis Ford Coppola aceitou o desafio de o transformar em filme. O livro acabou por dar dois filmes (partes 1, em 1972, e 2, em 1974) e Puzo aceitou ainda participar no guião do último capítulo da trilogia em 1990.
"The Godfather" é um filme de culto, considerado por muitos o melhor filme alguma vez feito (juntamente com "Shawshank Redemption" e seguido de perto pela sua própria sequela "The Godfather, part II"). Conta com um elenco de luxo, um misto de actores já consagrados e de actores com carreiras a explodir. Marlon Brando interpreta Don Vito Corleone, o padrinho e Homem mais poderoso da cosa nostra em Nova Iorque. Tem cinco filhos: Santino (ou Sonny, interpretado por James Caan); Fredo (John Casale); Michael (Al Pacino) e Constanza (ou Connie, interpretada por Talia Shire). Tem ainda um filho adoptivo de ascendência germano-irlandesa chamado Tom Hagen (interpretado por Robert Duvall).
Sonny é o próximo na linha de sucessão a don, cujo consigliere (conselheiro) será Tom (que já estava a ajudar o pai). Sonny é conhecido por ter, além de fama de mulherengo, um temperamento pouco paciente. Isto é algo que preocupa o pai, especialmente quando aparece Solozzo (Al Lettieri) que oferece um negócio aos Corleone relacionado com drogas. Solozzo, protegido pela famiglia Tattaglia (uma das famílias rivais dos Corleone), quando vê a sua oferta recusada executa Luca Brasi (capanga dos Corleone, interpretado por Lenny Montana) e tenta assassinar Don Vito, raptando imediatamente a seguir Tom para que este convença Sonny a fazer um acordo com Solozzo.
Sonny reúne-se com Tom, Fredo, Michael, Tessio (Abe Vigoda) e Clemenza (Richard Castellano), estes últimos dois capos (uma espécie de generais) do don. Sonny decide então executar Paulie Gatto (John Martino) por ter traído o don. Executa também Bruno Tattaglia (Tony Giorgio, filho de Don Phillip Tattaglia). Depois Michael visita o hospital e percebe que o seu pai está em perigo de ser assassinado, muda o pai de sala e vai para a entrada do hospital para afugentar quaisquer gangsters. Quando chega a polícia, Michael insinua que o Capitão McCluskey (Sterling Hayden) é pago por Solozzo e leva um murro que o desfigura. Depois já em casa Michael convence os irmãos que tem de matar McCluskey e Solozzo, para depois desaparecer até a poeira assentar usando os contactos da família nos jornais para desmascarar o par. Michael assim faz, assassinando ambos num restaurante e desaparece para a Sicília.
Pelo meio assistimos ao desenvolvimento e afastamento de Michael e Kay Adams (Diane Keaton). Às constante traições de Sonny e à preparação para uma guerra entre famílias. Eventualmente o don regressa a casa onde é recebido por toda a família. Quando pergunta por Michael e lhe dizem que foi ele que matou os dois no restaurante e que desapareceu, o don ordena a todos que saiam do quarto. Sonny decide então enviar Fredo para Las Vegas para aprender a gerir casinos com Moe Greene (Alex Rocco).
Na Sicília Michael apaixona-se por uma jovem local chamada Apollonia (Simonetta Stefanelli) e casam-se numa grande cerimónia tipicamente siciliana. Quando se preparam para regressar à América e sabe da morte do seu irmão Sonny (calma, já lá vamos!), Fabrizio (um dos seus guarda-costas, interpretado por Angelo Infanti) coloca uma bomba no seu carro que, quando explode, mata Apollonia.
Em Nova Iorque Kay tenta tudo para contactar Michael, mas sempre recebendo negas por parte da família dele até que eventualmente desiste e regressa para casa dos pais em New Hampshire. Sonny descobre que a sua irmã Connie sofre de violência doméstica por parte de Carlo (Gianni Russo) e vai confrontá-lo, espancando-o em plena rua. Mais tarde, Connie volta a telefonar-lhe pela mesma razão e Sonny, irritado, sai de casa em seu auxílio sendo executado com uma rajada de tiros de metralhadora quando para numa portagem.
Quando Michael regressa procura Kay e convence-a a casar com ele. Depois ficamos a saber que Vito já não é o don e que agora era Michael que mandava. Clemenza e Tessio, após alguma inquietação prestam-lhe lealdade. Michael retira também Tom do posto de consigliere, depois parte para Las Vegas onde confronta Moe Greene dizendo que quer comprar a sua parte do hotel.
Michael começa a organizar todos os assuntos da família e a atar pontas soltas, mostrando um lado do personagem que não conhecemos. Vito relembra-o também que em breve aparecerá um traidor na família, e que aquele que procurar agendar uma reunião é o traidor.
Pouco depois, numa brincadeira com Anthony, filho de Michael, no jardim Vito sente-se mal e cai inanimado acabando por morrer. No funeral Don Barzini (Richard Conte) saúda Michael. Tessio diz-lhe que o próprio Barzini quer reunir com Michael, e que essa reunião poderia ser feito no território controlado pelos homens de Tessio.
Uns dias depois o filho de Connie vai ser baptizado e Michael aceita ser seu padrinho. Nesse dia todas as contas da família são ajustadas. Tessio é confrontado e executado. Tattaglia, Barzini, Cuneo e Stracchi (líderes das outras famílias) são executados. Moe Greene é executado. Imediatamente a seguir ao baptismo o próprio Michael vai confrontar Carlo, que confessa ter sido abordado e pago por Barzini para emboscar Sonny. Carlo é assassinado no carro à porta de casa, depois de ser confrontado e supostamente encaminhado para uma vida livre longe dali.
Por fim as contas estavam ajustadas. E mesmo quando Connie, em pânico, vai confrontar Michael sobre o assassinato do seu marido este nega, mesmo a Kay. O filme acaba com Kay, no lobby a preparar uns copos de whiskey, a olhar desconfiada para o escritório e para Michael. A cena e o filme acabam com as mãos de Michael a serem beijadas por Clemenza e dois novos capos e a chamarem-lhe Don Corleone.
A maestria com que Coppola realiza este filme é incrível, criando uma atmosfera envolvente e que nos faz sentir parte do filme. É dos poucos casos em que podemos dizer que o filme é tão bom ou melhor que o livro, e é dos poucos filmes em que a sequela é tão boa como o original mas isso deixamos para uma próxima.
Se ainda não viram vejam, é um filme de culto e um marco incontornável do cinema mundial. Tudo nele é espectacular, desde o guião ao elenco, desde os cenários à atenção ao detalhe e nem parece que estamos a falar de um filme dos anos 70.
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