Sob o Sol da Toscânia
A película aborda uma escritora, Frances Mayes (Diana Lane), na qual descobriu a infidelidade do marido. O divórcio é litigioso perdendo a casa, descobrindo no processo que a amante do ex-marido está grávida. Entrou num estado depressivo e deixou de escrever, levando da sua casa somente livros e um pequeno jarro azul.
Alugou um apartamento onde tentou levar uma vida normal. As suas amigas, preocupadas com ela, decidiram oferecer-lhe uma viagem de dez dias à Toscânia e é nessa viagem de cheiros, cores e de hiperatividade italiana que se encanta, decidindo então comprar uma villa, com trezentos anos posta à venda por uma baronesa.
Este filme é baseado numa memoir: “Under the Tuscan Sun: At Home in Italy” de Frances Mayes (1996), escrito sobre a renovação da villa e onde a autora também colocou também inúmeras receitas da gastronomia toscana.
O filme, pessoalmente, marcou-me no sentido que não importam os eventos bons ou maus. Na nossa própria existência nem sempre temos aquilo que desejamos, e o que desejamos às vezes manifesta-se noutras formas, sendo por vezes misterioso e que nem sempre sobressai à primeira vista.
Regressando ao filme, durante a renovação para a qual contratou uma equipa de trabalhadores polacos, observamos momentos de pura comédia polvilhado com bom humor intelectual, banquetes de gastronomia toscana. O romance jovem entre uma rapariga italiana e um jovem polaco, Frances ainda tenta recriar o amor perdido na figura de Marcello, um italiano e ainda a luta para libertar os demónios, uma luta que a leva a questionar-se sobre o porquê de ter comprado a casa.
O filme usa símbolos poderosos para ilustrar a luta interna de Frances Mayes: a trovada e o mocho, a Virgem Maria (importantíssima na cultura italiana marcadamente católica), a torneira e o homem misterioso que põe as flores em honra de um ente querido. É uma das características que adoro neste filme.
A actriz Diana Lane, fez um excelente papel, sendo nomeada para o Globo de Ouro para melhor actriz. As personagens secundárias, estão muito bem construídas, na qual vibramos pela sua peculiaridade de cada uma, as minhas favoritas são: Katherine (Lindsay Duncan, uma britânica excêntrica) e Martini (Vincent Riotta).
É um filme que recomendo vivamente pois é reflexivo, divertido e leva-nos a uma viagem sensual às paisagens da Toscânia, onde a gastronomia, as festas e o espírito comunitário se unem e fluem numa perfeita simbiose e sintonia.
"What are the four walls, anyway? They are what they contain. The house protects the dreamer. Unthinkably good things can happen, even late in the game. It's such a surprise."
Frances Mayes (linhas finais do filme)
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