"The Martian"


The Martian” baseado na excelente obra de Andy Weir, que recomendo vivamente e realizado pelo lendário Ridley Scott, com uma exímia interpretação do Matt Damon (Mark Watney), faz o “The Martian”, uns dos melhores filmes de ficção científica desde do “Blade Runner”.

O filme retrata o astronauta, Mark Watney, em missão a Marte, em 2035, onde durante uma repentina e forte tempestade de areia é atingido por destroços e fica perdido no meio da tempestade. A tripulação pensa que ele está morto pois a telemetria do fato espacial não emite sinais de vida. Mark recupera os sentidos e lança-se num engenhoso plano para sobreviver a um clima hostil à presença humana e tenta contactar a Terra.

          “The Martian” é uma autêntica montanha russa de emoções, o argumentista Drew Goddard, foi magnífico em capturar a luta psicológica que Mark enfrenta estando sozinho no planeta e o que tem de enfrentar para conseguir sobreviver e regressar à Terra. Há momentos de puro humor, comédia, lágrimas, momentos dramáticos e puro suspense, momentos esses são tão humanos quanto possível, características fortes nesta cinematografia.

          Os esforços pela NASA durante o resgate do astronauta, estão bem construídos, por vezes recorda-me as missões Apollo, quer ao nível técnico quer ao nível político (quer interno quer externo). E o retrato das relações públicas da agência durante o resgate é brilhante, principalmente ver o mundo a torcer pelo astronauta, uma cena que me recordou o filme “Armageddon”.

          Como afirmou uns dos nossos fans, a OST composta por Harry Gregson-Williams, que compôs também a OST para a saga “Shrek” e “Prometheus”, também realizado por Scott, é excelente de facto, o “score” acompanha bem, como mencionei acima, essa montanha russa de emoções, só recentemente eu ouvi a banda sonora pois há poucas semanas coloquei o implante coclear.

          É de sublinhar a precisão científica e o realismo futuro de uma presença humana em Marte presente no filme onde a própria NASA forneceu consultoria durante a filmagem. É claro que há determinados pontos que são menos científicos, mas que foram necessários para ajudar no progresso da história.

A cinematografia espelha bem a ingenuidade humana face a situações adversas e no desejo de vencer, de atingir uma determinada meta, que neste caso é regressar ao Planeta Azul, mas fundamentalmente uma escolha: ou escolhemos ficar de braços cruzados pensando que isto é o fim da linha ou vamos trabalhar cada problema até conseguir chegar à solução ou objetivo, citando as palavras finais de Mark Watney.

          “The Martian”, foi um sucesso de bilheteiras, 601 milhões de USD e foi criticamente aclamado com 92% pelo Rotten Tomatoes, 8.1 da IMDb pela audiência e 80% da Metacric.          

          Curiosamente não deixei de pensar nos primeiros europeus no Novo Mundo, quer exploradores, quer colonos onde o quotidiano foi marcado por um clima e uma população indígena hostil. Continuando nessa linha, não poderia deixar de pensar no futuro da exploração espacial. A SpaceX fundada por Elon Musk, dono da Tesla e co-fundador da Solar City, pretende pôr astronautas em 2025 e começar a enviar suporte, em 2018, com o foguetão Falcon Heavy e o lander Red Dragon, para a instalação da futura base marciana. A NASA, com a construção do novo foguetão SLS, pensa que poderá chegar a Marte na década de 2030s, assim como um conjunto de agências que pretende enviar missões não tripuladas. Vivemos tempos muito interessantes.



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